Fundação Santo André - III

Publié le par Fórum da Ocupação

Resistir é preciso
 
Os recentes episódios de uso da força policial para resolver conflitos políticos e sociais envolvendo o movimento estudantil, revelam que o governo José Serra tem engasgada a ocupação da Reitoria da USP e seus desdobramentos. Por outro lado evidencia a face mais verdadeira dos governos tucanos: arbitrariedade e autoritarismo.
 
No entanto, as raízes são mais profundas. O PSDB é o principal representante do capital financeiro internacional e dos grandes industriais paulistas. Neste sentido a lógica do projeto peessidebista é privatista por necessidade, conveniência e natureza, não tendo um projeto de país voltado para autonomia do Brasil e interesses de seu povo. Isso faz com que não nos espantemos com a onda de violência contra os movimentos sociais e, neste caso, o uso da força não é instrumento privilegiado de Serra e seus colegas de partido, tem sido a tônica de quase todos os governos, os tucanos são apenas a face mais exacerbada e cínica no uso da força.
 
O que se quer é reproduzir o capital a qualquer custo, sem nenhum princípio ético ou moral. Para vencer resistências a este princípio selvagem e às avessas: pão e circo, ilusões e diversionismos de toda espécie. Mas no meio do caminho sempre há uma pedra, sempre existem homens e mulheres dispostos a resistir e lutar por um mundo justo. E sempre que estes se manifestam, tornam real a sua resistência, os aparatos de controle e repressão lançam mão da violência policial, ou seja, para os mais recalcitrantes: porrada.
 
Mas, é comum que antes de recorrer ao uso da força digam para que se procure a justiça. A justiça brasileira é o que é, basta ler os jornais – que também são o que são. Além do que, ela deveria existir para fazer cumprir a lei, não para ser mediador de conflitos. O que existe atrás disso é um mecanismo para sufocar os conflitos e eliminar a política do espaço público, criminalizando ações políticas e sociais, criando uma falsa sensação de ordem.
 
Desta forma, não é novidade que Odair Bermelho, João Grandino Rodas e Cláudio Gomide tenham chamado a tropa de choque para reprimir estudantes, funcionários e professores. A novidade é que até bem pouco tempo era feio, não pegava bem para um professor universitário trocar tão despudoradamente a palavra pelas armas. Mas talvez nisto esteja uma ponta de esperança. Pão e circo não dão mais conta da ilusão, a Justiça começa a ser percebida como um Procom, restando, pois, a polícia, os pretorianos. Sabemos que nenhum estado de exceção dura para sempre. É preciso resistir. Por isso nos colocamos ao lado dos estudantes e professores da Fundação Santo André, e contra Odair Bermelho e o autoritarismo do governo Serra.

Publié dans Movimento Estudantil

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